Por favor! Se faz sofrer não é amor.



Certo dia eu estava no ônibus a caminho de  casa, que fica num bairro digamos que "carente". De repente subiu uma mulher no coletivo com o rosto inexpressível. Ao sentar-se, pegou seu celular e imediatamente colocou pra tocar as músicas do seu bendito cartão de memória. Todos que ali estavam ouviram, involuntariamente, suas músicas,  em geral traziam na letra uma sofrida história de amor, a famosa "dor de cotovelo". 

Isso me levou a pensar que em algum dia, quando eu estava sofrendo por "amor" eu também gostava de ouvir canções com letras e gêneros semelhantes. Lembrei que pra mim elas  tinham um  efeito analgésico para o sofrimento que sentia no momento, ou ainda, serviam de trilha sonora para  aquele trágico período.  


Além disso, esse episódio da sofrência me fez pensar que trata-se de uma questão cultural, o "sofrer por amor". Geralmente, nós que somos da classe baixa, desde pequenos somos influenciados por músicas, novelas, filmes, histórias, entre outros meios culturais e sociais, a aceitar que é normal sofrer por amor. Que o amor é assim mesmo, ele machuca, ele dói, ele maltrata, mas se você ser forte, paciente e persistente, no final, ele te trará a eterna felicidade, ou seja, você será " Feliz Para Sempre". 



Fico muito triste de ter demorado um certo tempo para aprender que melancolia e sofrimento exacerbado por amor só pode ser considerado "aceitável" ou ainda "bonito" na ficção, mas na vida real é inadmissível. Afinal, o amor é um sentimento belo, puro e não deve de forma alguma machucar e prejudicar. Claro que tratando de relacionamentos, nunca vai haver algum que seja perfeito, isento de problemas e sem brigas,  porém é possível lidar com tudo isso sem sofrimento para ambas as partes. Pois, quando é amor, tem diálogo, tem respeito, tem paciência, tem empatia, tem amor.

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